Queridos irmãos e irmãs, estamos vivendo o que se designou chamar esse tempo de pós-pandêmico e precisamos rever muitas coisas que antes fazíamos com naturalidade. O que parecia algo tão normal, banal nos nossos relacionamentos se tornou coisa distante ou complicadas. Isso não é só em relação as coisas de Igreja. As pessoas estão se distanciando uma das outras, como se o ser humano fosse uma ilha. A participação na Igreja se mostra na mesma direção. Como se o ser humano não mais precisasse de Deus.

É diante desse mundo marcado pelo distanciamento, afastamento e pelo esfriamento espiritual, que nós somos chamados a incendiar o coração das pessoas. O nosso encontro pessoal com o Ressuscitado não pode ter sido tão superficial ao ponto de não mais sentirmos atraídos por Ele. O Espírito Santo que foi derramado em nós no dia do nosso batismo, não pode ter apagado a sua chama.

Somos discípulos de Jesus Cristo e precisamos ter convicção da nossa missão enquanto batizados e inseridos na comunidade. A nossa primeira preocupação se dá no fato de que estamos buscando a nossa santidade. É a nossa plenitude que buscamos acima de tudo. Fomos criados para buscar as coisas do alto. É lá que está a nossa verdadeira realização enquanto ser humano criado a imagem e semelhança de Deus.

Diante de tudo isso nos resta um questionamento: e a nossa missão de batizados, como vai? Alguns vão dizer: vai mais ou menos. Outros vão dizer: é preciso voltar para a Igreja e assumir a minha missão. Tem aqueles que irão dizer: quando der tempo eu vou procurar a Deus. Uma coisa é certa: a vida é pequena demais para adiar as coisas, os sonhos e a nossa missão.  Portanto, não vamos deixar cair nesse marasmo da vida atual. Que sejamos abertos para a ação do Espírito Santo e assumiremos com ardor a nossa missão de batizados enraizados no Cristo que veio para servir e não para ser servido.

Frei Silvio Cesar Ferreira OFMCap