A espiritualidade do presépio vai muito mais além do que uma simples montagem de personagens. Ao contemplar o presépio nos deparamos com a simplicidade de Deus, a humildade de Deus que para salvar a humanidade se humilha a nascer numa simples manjedoura. A encarnação do Filho de Deus se dá na simplicidade dos acontecimentos da vida. O não ter o lugar onde Maria dar à luz nos mostra o desapego pelas coisas fúteis da vida e focarmos naquilo que é essencial para a nossa vida, mas ao mesmo tempo que contemplamos a simplicidade do presépio, somos desafiados a ver a grandeza de Deus em querer salvar a humanidade.

A pobreza do presépio deve nos questionar sobre a nossa vida. Os sinais de que nos deparamos com o presépio nos leva a prepararmos bem o nosso coração para celebrar um Deus que se rebaixa a nossa condição humana para nos libertar. A criação toda é representada no presépio nos mostrando o cuidado de Deus em nos salvar.

Ao contemplar o presépio nos deparamos com um silêncio que nos interpela a perceber a singeleza de Deus em nos salvar. É um silêncio eloquente que nos toca para percebemos o quanto precisamos contemplar a ação de Deus na nossa vida.

A montagem do presépio nos leva a refletir sobre o não ter um lugar para acolher  Maria e José. A preocupação desse casal em preparar um lugar nos mostra o desespero de tantos casais que não tem um lugar adequado para abrigar sua família. Nos deparamos ainda com milhares de crianças abandonadas pelos pais. Crianças que não terão um lar e muito menos ainda, amor.

Nos deparamos ainda com milhares de pessoas que são esquecidas e abandonadas pelos próprios parentes e familiares. Preparar o presépio, ir colocando cada personagens é ir se questionando se estamos dispostos acolher esses abandonados e esquecidos da sociedade.

Portanto, sejamos pessoas sensíveis as necessidades dessa humanidade tão distante de Deus. Quais os presentes que iremos oferecer ao Menino Deus na noite de Natal? Os magos oferecerem: ouro, incenso e mirra. Que possamos ser generosos na nossa pobreza e que possamos alegrar o coração de Deus.

Frei Silvio Cesar Ferreira OFMCap.